CONCEITO DE REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E OS FATORES DO PIONEIRISMO INGLÊS

A expressão Revolução Industrial passou a ser utilizada por volta da década de 20 do século XIX por socialistas ingleses e franceses. Portanto, a utilização e a difusão dessa expressão ocorrerram, aproximadamente, meio século após o início desse processo histórico.

Foi apenas a partir de 1906, com a publicação do livro A Revolução Industrial no Século XVIII, de Paul Mantoux, obra clássica sobre o tema, que a expressão consagrou-se em definitivo. Para ele:

" Foi na Inglaterra, no último terço do século XVIII, que nasceu a grande indústria. Desde o princípio foi tão veloz o seu desenvolvimento e teve tais consequências, que pode ser comparada a uma revolução. (...) Mas, por mais rápida que pareça ter sido a Revolução Industrial, estava relacionada com causas remotas".
Assim, convencionou-se conceituar a Revolução Industrial como o processo histórico iniciado na Inglaterra na década de 1780, responsável pela consolidação da produção plenamente capitalista e que teve profundas implicações na vida dos homens.

O PIONEIRISMO INGLÊS

Toda uma série de fatores determinou o pioneirismo da Inglaterra no processo de industrialização, dentre os quais destacaram-se:

  • o avanço da técnica;
  • a disponibilidade de grandes reservas de carvão mineral e o desenvolvimento de recursos técnicos;
  • o desenvolvimento da metalurgia;
  • a maior acumulação de capital;
  • a expropriação dos trabalhadores rurais;
  • a expansão dos mercados consumidores;
  • a Revolução Inglesa do século XVII

Conforme assinalou o historiador José Jobson de Arruda:

"A Revolução Industrial é o complemento direto da Revolução Inglesa do século XVII, que cria as condições básicas para a eclosão do maquinismo no final do século XVIII, consolidando a idéia de Revolução Inglesa como célula-mãe da Era das revoluções Burguesas, por destravar as forças produtivas rumo à Revolução Industrial".