DAS REVOLUÇÕES INGLESAS À REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


-  A Inglaterra no princípio da modernidade -
A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a reunir as condições necessárias para o desenvolvimento da indústria moderna, na segunda metade do século XVIII. Isso se deveu a um conjunto completo de transformações econômicas, sociais e institucionais ocorridas no país do século XVI.
Entre essas mudanças, podemos destacar: a expulsão dos camponeses das terras em que vivia, o trabalho assalariado como forma predominante de relação econômica, a urbanização, a constituição de um império comercial e o estabelecimento de limites ao poder absoluto dos reis.   

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE INGLESA ÀS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO
 A sociedade inglesa, às vésperas do movimento revolucionário , de maneira simplificada e em termos gerais, apresentava as características descritas a seguir:

Existência de uma aristocracia (os “pares” do reino), grande proprietária de terras, que servia de suporte ao regime absolutista. Do ponto de vista religioso, essa aristocracia identificava-se, em grande parte, com o anglicanismo, religião oficial do Estado. No entanto, devido ao conjunto de transformações pelas quais o país vinha passando desde os séculos XV e XVI (crescimento das cidades, expansão do comércio, desenvolvimento da indústria têxtil, expulsão dos camponeses de terras de uso comum – por meio dos cercamentos -, ascensão de novos grupos sociais, etc.), os “pares” tinham sua posição socioeconômica cada vez mais fragilizada;

Emergência de uma pequena e média nobreza rural – conhecida pela expressão gentry -, principal beneficiária dos cercamentos, a qual produzia para o mercado;

● Existência de um vasto grupo médio rural – os yeomen -, bastante heterogêneo e formado por granjeiros, pequenos proprietários, lavradores, arrendatários, etc., posicionando entre a gentry e os camponeses sem terras;

● E para finalizar, os camponeses sem qualquer tipo de posse e crescentemente privados no acesso às “terra comunais” e, nas cidades, trabalhadores que viviam de “jornal”, artesãos das oficinas de origem medieval, desempregados e marginalizados